Semeando Educação

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sábado, 26 de março de 2011

Encontro com os autores do material didático da Rede Salesiana de Escolas

Momento impar

Hoje quando deparo-me com meus ex-alunos nos corredores das faculdades e trocamos algumas informações importantes, lembramos um fato e uma aula no passado, lembro-me da expressão “criação e criatura”. No momento o que estamos vivendo, hoje, nesse encontro, é uma grande oportunidade para o engrandecimento e fortalecimento da nossa pratica educativa. Ter um encontro com os autores dos livros didáticos da Rede Salesiana de Escolas é uma oportunidade impa, de grande importância e de muita troca de experiências. Na verdade estamos socializando o conhecimento e aprimorando nossas metodologias, bem como aprendendo a explorar mais o material da rede. É muito importante saber o que pensam nossos autores e muito mais, eles saberem o que pensamos das suas obras, uma vez que na prática, somos nós que manuseamos esses materiais didáticos. Enfim, é uma experiência de grande aprendizagem e que devem acontecer mais vezes.

Romualdo Caetano

quinta-feira, 10 de março de 2011

A importancia do estudo de Ciencias no Ensino Fundamental

A Importância do Estudo de Ciências no Ensino Fundamental

Romualdo Caetano Barros


Resumo


Não pense que a Ciências tem muito tempo de história na educação, pois somente a partir da 5.692, LDB (Lei de Diretrizes Básicas) da educação é que a mesma chega aos currículos do Ensino Fundamental, sendo por muito tempo ministrada por educadores não especializados na área, ou que tinham apenas os estudos adicionais que habilitava à 5 ª e 6ª série, atual 6º e 7º ano. Mas que pela necessidade, iam muito além. Vale ressaltar o mérito de muito que atravessaram as fronteiras das dificuldades e dedicaram-se a pesquisa, tornando bons profissionais, vindo mais tarde especializar-se em Ciências Naturais ou Ciências Biológicas, no entanto, muitos apenas mandavam fazer resumos e as atividades dos livros, pois não dominavam os conteúdos, principalmente física e química na oitava série, atual nono ano.
Basta fazer memória dos nossos educadores, por oportunidade do Ensino Fundamental para perceber essa deficiência ou relembrar os recursos e metodologias, que mesmo diante das dificuldades, ausências de laboratórios e outros materiais, fizeram um belíssimo trabalho.
Mas o que na verdade queremos apresentar é a importância da Ciência na vida cotidiana, principalmente destacar a profilaxia, nitidamente presente em alguns capítulos de algumas séries, assim como a organização onde o 6º ano estuda O Meio Ambiente, o 7º Os Seres Vivos, 8º Corpo Humano e 9º Química e Física. Sendo na atualidade bem mais dinamizados para atender os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais). Mostrando ainda mais ao educando como lidar com a ciência no seu dia-a-dia, de forma a vir preservar, conservar e fazer uso somente do necessário à sobrevivência e manutenção da saúde. Coisas que nossos verdadeiros donos da terra já fazem há séculos, mas que também são ameaçados de extinção.



Palavras-chaves: Ciências, Meio Ambiente, Ensino, Saúde, profilaxia.




Abstract





1. INTRODUÇÃO

“O essencial é invisível aos olhos”, segundo Antoine de Sant Exupéry. Liricamente podemos afirmar o quanto o mundo à nossa volta continua invisível aos nossos olhos, inacessível aos nossos sentidos, mesmo depois de tantas descobertas e tantos instrumentos ópticos. A “saúde é o resultado do equilíbrio dinâmico entre o indivíduo e seu ambiente”. (DUBOS, 1965, p. 30). Profilaxia (do grego prophýlaxis (cautela), é a aplicação de meios tendentes a evitar as doenças ou a sua propagação), parece, a saída para tantas doenças e um horizonte à garantia da qualidade de vida, coisas básicas trazidas nas aulas de Ciências do Ensino Fundamental, que deve ser cada vez mais assimiladas pelos educandos, pois vão além da sala de aula e da necessidade de obter aprovação, eis o motivo da formação do educador ser essencial, assim como sua ousadia quanto às experiências, o uso do laboratório, das novas tecnologias e metodologias inovadas.
Quando afirmamos tudo isso, sem sobra de dúvida estamos partilhando nossas experiências ao longo de vários anos de sala de aula, autenticados pelo reconhecimento dos educandos os quais dizer ter tido uma aprendizagem significativa, expressão essa que segundo o professor Júlio César Furtados dos Santos significa:

O papel do professor na promoção de uma aprendizagem significativa tem início na clareza que ele tem a respeito da concepção social da Educação e, consequentemente do seu próprio papel social. Somente a consciência e o compromisso com esse papel vão dar forma a um projeto real de sociedade, no qual se inserem e se inter-relacionam cidadãos mais ou menos críticos, mais ou menos engajados, enfim, mais ou menos conscientes. Promover a aprendizagem significativa é parte de um projeto educacional libertador, que visa à formação de homens conscientes de suas vidas e dos papéis que representam nelas. É impossível ensinar liberdade, cerceando ideias, oprimindo participações e ditando verdades. Apercebermo-nos dessas atitudes é essencial para que iniciemos um real processo de transformação da nossa prática.

Estamos num patamar muito além de dar aulas, ou de apresentar respostas prontas, mais sim de construir ideias. A capacidade de resolver problema tem sido uma marca nossa na educação, é bem verdade que não contamos com muitos recursos, mas também quando contamos não fazemos usos significativos. As novas tecnologias tem incomodado muita gente e os alunos tem dado um show e os educadores tem sido grandes telespectadores. Portanto, sempre que possível, temos que nos apropriar criando blog, realizando fórum e muito mais, não há receitas, mais possibilidades de não atrofiar-se.

1- Meio Ambiente.

Eduardo Leite do Canto, Demétrio, Carlos Barros e muitos outros autores de livros do Ensino Fundamental, tem buscado de forma pluralizada, mostrar a importância de conhecer o ambiente onde vivemos. Zelar pela nossa saúde, preservar e fazer uso de forma adequada dos fatores físicos químicos presentes nos ambientes, dentre eles a água, o ar e o solo, indispensáveis à nossa saúde.

A “saúde” é definida como “ausência de doença” e a “doença”, inversamente conceituada como “a falta ou perturbação da saúde”. Embora sejam concepções simplistas, elas são muito usadas. Na prática clínica, as pessoas são examinadas e rotuladas como sadias ou doentes, em função de julgamento baseados em resultados de exames clínicos e laboratoriais obtidos de modelos e de estudos epidemiológicos fornecendo dados de referência seguros para inferirmos sobre a presença ou ausência de doenças. (PEREIRA, 2002, p. 31)


São através desses exames que na verdade podemos verificar o quanto a nossa população demonstra ter adquirido poucos conhecimentos nas aulas de ciências ou não associou à sua vida. Continuamos tendo uma saúde debilitada, onde, a maior parte das doenças é de veiculação hídrica, pela falta de saneamento básico e pelos cuidados higiênicos mínimos com os alimentos. Basta olhar algumas doenças como cólera, dengue, gripe suína, malária, rota vírus, amebíase e giardíase.
De forma desordenada cada vez mais estamos destruindo nossos ambientes, construindo novas cidades, bairros e poluindo nosso ar, trazendo assim, sérias consequências, bem como as doenças cardiorrespiratórias. As queimadas na zona rural e os veículos nas grandes metrópoles têm sido os grandes produtores de dióxido de carbono. Acreditamos que pouco pode ser feito, porém, não podemos ficar esperando acontecer, as fiscalizações devem ser intensificadas pelo IBAMA, SIVAM e nas cidades o DETRAM, necessita tomar medidas para coibir que carros totalmente desajustados, principalmente veículos pesados, caminhões e ônibus, continuem circulando e poluindo a cidade.
Mostrar caminhos aos nossos educandos em relação ao meio ambiente é apontar saídas para melhoria da qualidade de vida e responsabilidade para com o futuro das gerações vindouras.


2- Os seres vivos.

Vivemos em meio a maior biodiversidade do mundo e não reconhecemos sua importância. Classificar os seres vivos, identificar sua formação, sua origem e suas principais características, são papeis fundamentais dos autores já supracitados. Conhecer a importância dos seres vivos, aprender a preservar, entender que somos apenas uma dessas espécies, porém de forma alguma somos a mais importante, assim como entender que a natureza não esta a nosso serviço, tem sido desafio, mais formas construídas em sala de aula.
“Nem tudo que é vivo, parece! Nem tudo o que parece, é vivo!” (COSTA, p.15). É necessário conhecer as características dos seres vivos para poder identificar o que é vivo ou não vivo, onde dentro dessas características destacamos o metabolismo e a informação, essa ultima, na verdade uma inovação, pois estamos falando do interior da célula, ou seja, do DNA (ácido desoxirribonucleico) e RNA (ácido ribonucleico), nossa bagagem genética, bem como o processo de evolução da vida.
São muitas as nossas espécies ameaçadas, por falta de formação da nossa população, veja o que Barros menciona em seu livro do ensino fundamental:

Um exemplo que chama atenção em relação à gradativa destruição das matas brasileiras desde o descobrimento até os dias atuais é a situação em que se encontra um dos nossos símbolos nacionais: o pau-brasil, árvores cujo nome científico é Caesalpinia enchinata.
Antes abundante no país e hoje em processo de extinção, essa planta vem sendo estudada há sete anos pelos pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
O pau-brasil é uma arvore com muitas qualidades: sua madeira nobre é pesada e dura, excelente para fabricação de móveis. Dela se pode extrair a brasilina, corante vermelho que tanto sucesso fez na Europa do século XVI. Além disso, é uma das madeiras mais visadas para a fabricação de arco de violino. Um arco de violino feito de pau-brasil pode custar de 2 a 5 mil dólares. (BARROS, p. 20)

A ciência quer tentar, inventar e redescobrir, pois somente assim é que podemos garantir o futuro das vindouras gerações. Em um Município amazônico, é claro, para ser bem preciso, Manicoré, já plantaram pau-brasil e mogno, porém, o resultado vai ser demorado e quanto à importância, e outras consequências, não entramos no mérito, somente o tempo poderá dizer. Certo é que, estamos tentando uma saída.


3- O corpo humano.

Muitos cuidados necessários podem ser tomados pelos educandos e todos os livros trazem informações aprofundadas de fisiologia e anatomia, na verdade uma base para o estudo de biologia no futuro. Indo mais longe, acreditamos que muitas questões voltadas ao corpo humano, estejam associadas ao conhecimento, sobre as consequências, começando pela maneira de sentar, alimentação, esforços físicos inadequados, reprodução cedo demais e outros zelos. Temos jovens brincando de fazer academia e uso de anabolizantes, desconhecendo as consequências, inclusive, letais.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (BRASIL, 1997), os conteúdos referentes ao ser humano, como um todo dinamicamente articulado. As funções dos órgãos e dos sistemas devem ser percebidas como manutenção de um todo. Compreender as relações fisiológicas e anatômicas para que o aluno compreenda a maneira pela qual o corpo transforma, transporta e elimina água, oxigênio, alimentos obtém energia, defende-se dos invasores, coordena e integra diferentes funções.

O estudo de ciências nessa etapa quer mostrar aos educandos a possibilidade de conhecer o seu corpo e o funcionamento, quer possibilitar cuidados, zelos, qualidade de vida. Mostrar os avanços, as novas descobertas, a genética, o projeto genoma humano, a clonagem, as modificações genéticas dos frutos (Transgênicos) e assim por diante.


4- Química, física e biologia.

Chegamos ao final do Ensino Fundamental, para isso nossos educandos são motivados a conhecerem a tabela periódica, os principais elementos químicos, as reações e as composições químicas, entenderem como tudo funciona. Guiando-se pelo que orienta os parâmetros curriculares nacionais (PCNs), ao incentivá-los à pesquisa desses conceitos e fatos relevantes, estamos:

- Favorecer a construção de uma visão de mundo, formado por elementos inter-relacionados, entre os quais o homem, agente de transformação;
- Permitindo ao aluno compreender, em seu cotidiano, as relações entre o homem e a natureza mediadas pelas tecnologias, superando interpretações ingênuas sobre a realidade à sua volta. (BRASIL, 1997)

Na verdade uma grande contribuição para que os alunos possam chegar ao Ensino Médio, com conceitos básicos, requisitos necessários para acompanhar as aulas de física, química e biologia.
O mundo tecnológico, é marcante, a indústria química, o petróleo e seus derivados, os quais fazem parte integra da sociedade, nos remetendo a uma reflexão muito grande sobre os recursos renováveis e não renováveis.
Além disso, navegar na velocidade da física, seus movimentos, direção e sentido. Estudar Newton, a força da gravitacional, queda livre e muita energia.

O termo energia vem do grego – “energia” – e, conforme a sua formulação, é quase sinônima de trabalho. Para fins científicos e genéricos, a definição mais usual trata energia como a capacidade de produzir trabalho. [...] CADERNO DIGITAL DE INFORMAÇÃO SOBRE ENERGIA, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 2001)

"A energia não pode ser criada nem destruída, somente transformada." Primeira Lei da Termodinâmica - Princípio da Conservação de Energia. Todos esses conceitos quer nortear os alunos do ensino fundamental a uma melhor preparação e entendimento da vida.

5- Profilaxia.

Conforme já conceituamos, na verdade queremos fazer uma grande retomada sobre os conteúdos que são estudados no ensino fundamental, assim como rebuscar a importância dos cuidados à saúde, segundo um dito popular “é melhor prevenir que remediar”. Talvez esse seja o grande desafio para o desenvolvimento de uma sociedade. Esta na hora da coletividade buscar melhores condições higiênicas e saneamento básico. O que estamos fazendo como a nossa água? Para onde esta sendo levado o lixo que produzimos? Nos últimos anos a expressão desenvolvimento sustentável tem sido bastante usada, porém de forma utópica, mas que nos leva a entender que somos responsáveis por tudo que produzimos.
Fazer profilaxia é evitar, é prevenir, é o que na verdade queremos dizer aos nossos educandos. Os cuidados de hoje, é a garantia do futuro, na ciência toda ação, tem uma reação. Portanto, o que na verdade estamos querendo é evitar uma catástrofe futura, uma sociedade doentia que gasta muito mais com a saúde, que na educação. E a maior parte dos gastos, por exemplo, são com doenças possíveis de evitar, tais como as verminoses.

Considerações finais

Sempre quis escrever um pouco da minha prática cotidiana, falar do que escuto dos meus alunos e ex-alunos principalmente, os quais entenderam minha mensagem, entenderam que ciências é vida, começaram a formular seus próprios conceitos e tornaram-se pesquisadores, aprenderam a resolver problemas e hoje dinamizam a sociedade, escrevendo suas histórias nas universidades, inclusive, públicas e oferecendo mão-de-obra qualificada. Foram a eles que disse que não podia mudar a sociedade do presente, mas podíamos construir um futuro, longe dos vícios corriqueiros.
Ciências no Ensino Fundamental quer ir muito mais além, atravessar as fronteiras, proteger a vida e tornar o ensino significativo. Quer fazer profilaxia e garantir um futuro comprometido com a melhoria da qualidade de vida e do verdadeiro exercício da cidadania.
Estamos falando do que pode acontecer nas entidades públicas e privadas, pois disso, somos testemunha. Nas instituições de ensino municipais - SEMED (Secretaria Municipal de Educação), Estaduais SEDUC (Secretária de Estado da Educação e Qualidade do Ensino) e na iniciativa privada, escolas pequenas, médias e grandes, bem como tradicionais. Todas essas, abertas a novas propostas e metodologias, dentro das suas limitações, cabendo ao educador à iniciativa.
Você também pode, basta quer, juntar-se há muitos que desafiaram as dificuldades e acreditaram no potencial dos educados, realizando com poucos recursos, grandes aprendizagens.


REFERÊNCIAS


AMABIS, José mariano. Biologia. 2ed. São Paulo: Moderna, 2004.
BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson Roberto. O meio ambiente. São Paulo: ática, 2002.
BRASIL. MEC. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais, Brasília, DF, 1997.

CADERNO DIGITAL DE INFORMAÇÃO SOBRE ENERGIA, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 2001. Disponível em: http://www.guiafloripa. com.br/energia/energia/index.php. Acesso em: 07 de mai. 2011.
CANTO, Eduardo Leite do. Ciências Naturais: Aprendendo com o cotidiano. 3ed. São Paulo: Moderna, 2009.
COSTA, Vera Rita da; ABREU, Maria Aparecida Reis de. Ciências: Ensino Fundamental, 7 ed. Brasília: Cisbrasil.2007

PEREIRA, M.G. Epidemiologia teoria e prática. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
SAINT EXUPÉRY, Antoine de. O Pequeno Príncipe. 48 ed. Rio de Janeiro: Agir, 2004.